Os designs das camisas de futebol costumam ser vinculadas a história do clube, mensagens, símbolos, detalhes tudo é estudado e aplicado ao manto do time. Porém, nem todos os designs, respeitam as regras e tradições de um país ou de uma federação e, muitas vezes, devido a alguns detalhes negligenciados, uma camisa pode nunca ser lançada ou acaba sendo banida depois da primeira utilização. A aprovação da equipe de designers de um clube não é suficiente para garantir o lançamento do manto, já que em mais de uma ocasião até mesmo governos teve que intervir para bloquear o processo, que começa no conceito e termina em campo e nas lojas . A inovação nem sempre encontra aprovação unânime e os casos de “Camisas Proibidas” são mais do que se pode imaginar.
1°- Fiorentina 1993/94 Camisa Reserva (Lotto)
A temporada 1993-94 da Fiorentina começou com grandes expectativas, mas o sonho virou pesadelo com o rebaixamento da equipe para Série B do campeonato Italiano. A Lotto está no segundo ano com a Viola e entra para a história pela porta errada. A camisa reserva é branca com padrões geométricos nos braços e ombros feitos com diferentes tons de roxo. O efeito tridimensional chama a atenção imediatamente e o design era um dos mais ecléticos da Série A, mas um espectador atento sinalizou a presença de um símbolo nazista que se formava nas figuras geométricas, a suástica .O caso se tornou nacional, obrigando a marca veneziana a substituir a camisa durante a atual temporada, retirando-a da disponibilidade da equipe no final de novembro. Até o momento, é o único kit proibido no futebol italiano.
2°- China 2018/19 Camisa Reserva (Nike)
A estética da seleção chinesa sempre respeitou as regras inflexíveis da federação, e mesmo diante de obras-primas como esta, permanecem rígidos a suas regras. Por conta dessa rigidez de regras a Nike não pode concluir o processo deste kit "All Black" para seleção do país, que tinha como detalhe principal os dragões por toda a camisa. O governo chinês sem dar detalhes simplesmente interveio junto a Federação Chinesa para bloquear a estreia desse manto. Uma das hipóteses levantada está relacionada ao símbolo do dragão, muitos acreditam que o dragão, considerado sagrado na China, pode ter sido o verdadeiro problema. O veto a esta camisa veio tarde demais para impedir as vendas internacionais de algumas unidades.
3°- Argentina 1993/94 Camisa Titular (Adidas)
O modelo que a adidas propôs à AFA (Associação do Futebol Argentino) antes da copa do mundo de 1994 nos E.U.A, exigiu a intervenção de Julio Grondona, o então presidente da federação, que interrompeu a produção. O padrão alviceleste foi a base do kit como manda a tradição, mas o motivo da proibição é a cor dos contornos das listras. As regras da federação previam o uso único do azul celeste e branco na camisa titular, sem a adição de outras cores, e a cor o preta representava um obstáculo intransponível já que nenhuma outra cor poderia fazer parte do manto titular da equipe.
4°- Barcelona 2019/20 Camisa Reserva (Nike)
O Barcelona, rejeitou uma proposta da Nike por motivos bastante estranhos. Em 2019, o Mundo Deportivo noticiou a recusa do time catalão a um design proposto pela Nike. A camisa que estaria nos kits naquele ano, traz a cruz de São Jorge, padroeiro de Barcelona, como padrão na cor vermelha. O estilo agradou o clube, porém a cor base escolhida para a camisa, não, o Barça recusou a camisa por estar "muito próxima das cores do Real Madrid". O acusado "blanco"(branco), teve papel decisivo na não escolha da camisa e o fanatismo contra os primos da capital foi o mestre.
5° - México 1999/2000 Camisa Titular (Garcis)
De desafios que excederam até mesmo a imaginação dos fãs a desafios que permanecem envoltos em mistério. A camisa de 1999 da seleção mexicana produzida pela Garcis (marca mexicana) que vestiu o El Tricolor entre 1999 e 2000, usava estampa com a logo da federação mexicana na frente. Nenhum veto chegou da FIFA, da federação ou de outros órgãos do futebol, mas o governo federal mexicano decidiu proibir esta camisa. A razão permanece desconhecida hoje.
6° - Brasil 2013/14 Camisa Terceira (Nike)
A Copa do Mundo de 2014 para o Brasil foi um sonho e um pesadelo ao mesmo tempo, porque, por um lado o futebol voltou ao nosso país, mas por outro, veio a derrota histórica o "Mineiraço" a derrota por 7 a 1 contra a Alemanha em 8 de julho de 2014 em Belo Horizonte, uma grande mancha que jamais será esquecida. As histórias em torno desse campeonato mundial são muitas e entre elas está o terceiro kit Nike lançado em 2013, mas que nunca chegou a ir pra campo. O kit "blackout" foi aprovado pela Federação Brasileira de Futebol, porém a mesma decidiu não deixar os jogadores usarem devido a uma antiga regra nas camisas que só usa amarelo para a camisa titular e azul para a camisa visitante. As duas únicas cores previstas, obrigando assim Neymar e companhia a abrir mão de uma camisa linda mas que quebraria a tradição da seleção naquele momento.
7° - Camarões 2004/05 Camisa Titular (Puma)
A seleção de Camarões teve dois episódios em relação aos kits com a FIFA, o da temporada 2004, depois da camisa sem mangas, Camarões lançou com a PUMA uma espécie de "onesie", um collant de corrida em vermelho e verde. A peça única é outro design 1-de-1, nunca visto antes, e a FIFA reagiu com muito mais rigidez do que há dois anos antraz. Imediatamente após a partida da Copa das Nações Africanas de 2004 contra a Tunísia, Sepp Blatter (ex presidente da FIFA) afirmando que "todas as camisas e shorts devem ser peças de roupa separadas". Mas a seleção de Camarões continua atuando com o uniforme, ignorando a regra da FIFA. , Porém se continuar a desobedecer a regra uma multa de 130 mil euros chegará a equipe e terá 6 pontos de penalidade no grupo das eliminatórias da Copa do Mundo de 2006. Parciais até o momento - FIFA 2 Camarões 0.
8° - Camarões 2001/02 Camisa Titular (Puma)
A história estética de Camarões está ligada à PUMA desde 1997 e ao longo destes 20 anos de colaboração ocorreram alguns episódios inusitados. Em 2002, com o lançamento da nova camisa para a Taça de África, que Eto'o e Camarões de Olembé-Olembé conquistaram no Mali, a camisa foi apelidada de "sem mangas" porque era literalmente sem mangas, parecendo uma regata de basquete. Se por um lado a FECAFOOT não encontrou problemas no que era uma variante nunca vista até aquele momento, por outro lado a FIFA não tolerava o uso de camisa sem mangas na Copa do Mundo de 2022 Coreia e Japão. A justificativa oficial referente à camisa diz respeito à impossibilidade de colar o patch do torneio nas mangas.
Camarões sabendo que não venceria a imposição da FIFA, acabou dando um jeito e costurando mangas pretas nas camisas/regatas arruinando assim o experimento de design da PUMA. a camisa continua sendo um marco nos designs de camisas de futebol até hoje.
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